O tempo Não Levou
Ah, pedacinho de mim que faz calar a repulsa...
Por entender preceitos,
calo no peito o grito que se aflora por saltar.
Se faz tão cauteloso por quê, pedacinho de mim ?
Sabes tu.
Que o meu grito se solto ao vento,
propagaria e tão nocivo seria...
Espalharia em grandes proporções
como uma lava do vulcão da intolerância.
E as cinzas cobririam o falsídico.
Sujaria suas vestes bem adornadas.
Mancharia a sua imagem advocatória
Até as entranhas de sua alma...
E todos veriam despido os seus valores, como o é.
Mas você pedacinho de mim.
É sábio e valioso por obstar que eu conduza o falsídico
Ao Abismo da queda merecida.
Quando todos conheceriam aquele que impingi com palavras dóceis.
E seriam de fato juízes todos aqueles
que por eloquência amam a verdade
e defeririam a meu favor.
Tenho você pedacinho de mim...
Que com apreço cultivei desde o ensinamento
entre as vertentes da chantagem,
e a consciência.
Por isso mesmo,
enquanto o falsídico se apossa com primor
da primeira opção.
Opto com esmero pela segunda.
Ah, valioso pedacinho que não se perdeu no tempo...
E desde os tempos de outrora.
Encontra-se aqui entranhado dentro de mim.