Insidiosa e cheia de graça
quem disse q eu não tenho
aquela doença maldita
aquela da qual o nome não se pronunciava
eu tenho nas células
a doença fatal
a que sem piedade mata
o pior mal
eu tenho a doença que se alastra
e toma o corpo e a alma
e todo o meu ser enlaça
e se faz insidiosa e cheia de graça
essa doença sem cura
que o peito abre e o cruzeiro crava
abre um túnel gigantesco
por onde desfila
toda airosa
quer em verso
quer em prosa
a palavra