floresta
Nas brenhas da floresta das letras,
Ora seguro, outra, perdido me sinto;
Há bromélias pegadas em troncos,
Versos refinados, alguns broncos,
E predadores alimentando instinto...
Cipós que sobem de carona apoiados,
Nos cedros da lavra de outra autoria;
Caminhos ínfimos, deveras apertados
Até as clareiras do amor silenciado,
Nas palavras que furtamos à grafia...
Espinhos de melindres ferindo flancos,
A cada avanço do capitão do mato;
Perseguindo amor evadido da senzala
Senhor e escravo na denúncia da fala
Ora suplica, outra, quebra os pratos...
a cascata de lágrimas rumoreja no vale,
rio desventura que rega plátanos e faias;
trilheiros buscam a palavra que iguale,
e mesmo não qual o professor Pasquale,
desatam seus nós, escapam das baias...
outra fotossíntese acontece em prol,
da poesia que procura conservar o tom;
zil tons de verde, é extenso o rol,
se aquelas árvores são devedoras ao sol,
essas, são tributárias à lua e ao dom...