Cemitério da Boa Morte

Cemitério da Boa Morte

Com um odre de vinho no adro, fito o segundo portal;

Fito ao redor, apreensivo, temendo ser visto.

O conteúdo do odre esvaiu-se, crio coragem e esgueiro-me por entre uma lacuna na grade, atrás da igreja.

Lá, na terra dos que se foram, ando célere e furtivamente até um mausoléu recôndito.

Tomo meu violão e toco uma melodia funesta em notas menores.

Posso, em fim, cumprir meu intento: sussurrar coisas que proferi para os vivos durante o dia; coisas que só os mortos podem compreender.

UM VIKING DE ÓCULOS PERFIL DOIS
Enviado por UM VIKING DE ÓCULOS PERFIL DOIS em 09/02/2014
Reeditado em 18/01/2016
Código do texto: T4684065
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