Cemitério da Boa Morte
Cemitério da Boa Morte
Com um odre de vinho no adro, fito o segundo portal;
Fito ao redor, apreensivo, temendo ser visto.
O conteúdo do odre esvaiu-se, crio coragem e esgueiro-me por entre uma lacuna na grade, atrás da igreja.
Lá, na terra dos que se foram, ando célere e furtivamente até um mausoléu recôndito.
Tomo meu violão e toco uma melodia funesta em notas menores.
Posso, em fim, cumprir meu intento: sussurrar coisas que proferi para os vivos durante o dia; coisas que só os mortos podem compreender.