Do Guizo

Da boca, escorreu o seu sorriso...

nos olhos, uma lágrima sorriu...

e senti que escorria um rio

muito profundo e grande e liso

e, nele, deslizando um navio

que parecia vir do paraíso

cansado de navegar o juízo

e do casco tão duro e tão frio

descobri, então, que era preciso

jogar minha âncora do psiu

e, quando a joguei, você ouviu

em mim, o eco do seu próprio riso

e, já calada, chacoalhou o guizo

e o veneno do silêncio riu.

06-04-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 09/02/2014
Reeditado em 10/12/2015
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