TORMENTA (nossos dias)

Quando vem a chuva

Molha o corpo

Estremecido de saudade

Que nem sempre se altera

Com seus gostos redundantes.

Esses pés descalços

Pisam a terra encharcada

E as gotas cristalinas

Em cima da grama.

Não se define a paisagem

Meio concreta, meio simétrica.

O vapor é tão cinza

E a poeira é tão úmida.

Quando os sonhos se curvam por nada

Todas as casas tombam ao redor,

O nada é solene

E a cor se esfumaça

Por não ter uma forma

Que inspire o tempo

Que vem em tormenta

Sacudindo as águas

Com o mesmo vento

De todos os dias...

Mais pobres que tudo,

Mais fortes que a dor.

Waldenilson Ferro
Enviado por Waldenilson Ferro em 09/02/2014
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