O NARRADOR DO FIM
Esperando
a solidão desejar
sua paz
aguardada
cadeira ao dispor
sempre vazia
pedia ao beija-flor
que sentasse
se pudesse ver
qual sabor tem
porque ninguém vem
sustento
um vai e vem
primaveril de deserto
é certo depois
de alguns anos
entre anos
que ainda foram
perdidos?
creio eu agora
fingindo
que abro uma garrafa
de vinho
pra matar qualquer
sede
sem vontade
pela saudade
desse alguém estúpido
que me deixa
corrupto
querendo roubar
a paz de alguém
que viesse
ser aquele alguém
que espero
vício tornado dieta
flerta quase amante
com minha morte
constante
que só interessa
aos vermes
que seja
então desta forma
percebido
como vida
se acaso vierem
me ver
serei mais alguém
que precisou
entender isso.