Sonetando

SONETANDO

Eu gostaria de escrever

Como quem caminha a esmo

Elaborando palavras

Que só eu mesmo conheço.

Enquanto estivesse na estrada

A mim que a tão pouco mereço

Faria do verso a cachaça

Mais por cuidado que medo.

Todos os meus adereços

Já foram lançados às traças

O nu mais revela que encobre

Despido por pura decência.

Se pode a esperança ser nobre

Bem mais pobre é a recompensa.

Aldo Guerra
Enviado por Aldo Guerra em 29/04/2007
Código do texto: T468247