Sonetando
SONETANDO
Eu gostaria de escrever
Como quem caminha a esmo
Elaborando palavras
Que só eu mesmo conheço.
Enquanto estivesse na estrada
A mim que a tão pouco mereço
Faria do verso a cachaça
Mais por cuidado que medo.
Todos os meus adereços
Já foram lançados às traças
O nu mais revela que encobre
Despido por pura decência.
Se pode a esperança ser nobre
Bem mais pobre é a recompensa.