Do Trem

Agora que parou o seu trem na minha grande estação

onde não te esperava, não...onde não havia ninguém

eu ando pra ver o que tem dentro do seu primeiro vagão...

encontro a solidão e um pouco de saudade, também.

As cadeiras vão vazias, mas levam o cheiro do passado

que, nelas, está sentado...olhando para os tristes dias...

para as quentes noites frias...pra tudo que está pintado

na janela do trem parado...as tristezas...as alegrias.

Sei que existem outros vagões, no seu longo trem repartido

um último já esquecido nos trilhos das recordações

um mental...um das emoções...um do corpo (da dor...da libido)...

um vagão para cada sentido...um perdido em seus porões...

enfim, um trem com muitas razões...um trem, também, muito comprido

que muito já tem partido...que nunca fica nas estações.

05-04-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 07/02/2014
Reeditado em 10/12/2015
Código do texto: T4681481
Classificação de conteúdo: seguro