Do Trem
Agora que parou o seu trem na minha grande estação
onde não te esperava, não...onde não havia ninguém
eu ando pra ver o que tem dentro do seu primeiro vagão...
encontro a solidão e um pouco de saudade, também.
As cadeiras vão vazias, mas levam o cheiro do passado
que, nelas, está sentado...olhando para os tristes dias...
para as quentes noites frias...pra tudo que está pintado
na janela do trem parado...as tristezas...as alegrias.
Sei que existem outros vagões, no seu longo trem repartido
um último já esquecido nos trilhos das recordações
um mental...um das emoções...um do corpo (da dor...da libido)...
um vagão para cada sentido...um perdido em seus porões...
enfim, um trem com muitas razões...um trem, também, muito comprido
que muito já tem partido...que nunca fica nas estações.
05-04-2014