Flores precipitadas!
Porteira se abrindo na aurora de Maio,
Buracos & sobras, restos em longitude,
Teatro dos Vampiros com acordes trocados,
Tem um certo vento lá fora, água de pote,
Correrias destampando garrafas vazias,
Algumas flores sendo recolhidas pelo tempo,
Do abismo que o tempo criou na terra,
Ao olhar que pela noite lacrimeja em riste,
Um arrepio que o corpo sente minutos depois,
Alguns sinais ficam distintos, outros nem tanto,
Na lembrança que vaga por todo o córtex...
Daquilo que a vontade pede, daquilo que se tem,
Do que passa batido, ou é deixado de lado,
Janelas que abrem & fecham sem respiros,
Aquilo que toca, enternece, treme & goza,
Rindo das gárgulas empastadas atrás das cortinas,
O olhar que devora as próprias entranhas,
O medo passa passageiro, até no passante aflito,
Vem a noite cobrir os rastros que não deixamos,
Outro copo, verte a cerveja, queijos, tâmaras,
O blues que se toca pela madrugada adentro,
Alguns passam pedindo em horas inesperadas,
Todas as formas de tentar chamar a atenção,
Perderam os dentes, não voam, apenas se arrastam,
Só mal enxergam, tudo é distúrbio, enrolação,
Nem uma nota tiram de uma prova qualquer,
Mas atiram para o lado que o nariz tiver apontado,
Cercados de todas as teias que o tempo pespega,
Ervas que se apegam nos caminhos daninhos,
Do Sol fogem como se fosse outro símbolo,
Do prazer que pouco vão sentir em toda a vida,
Pétalas que se detonam em seus próprios espinhos...
Olhei o Sol, da fresta da janela, tirei o rosto para a rua,
Uma brisa sorriu para bem caminhar o dia!
Peixão89