A Dor do Poeta.

Os versos rachados no chão,

Como o sol seco do deserto,

Mostrava o descontentamento do poeta,

Com sua falta de inspiração.

As palavras não pareciam soar poesia,

Pareciam palavras frias,

Escuras como as noite sem sonho que ele tivera.

Lembrava que durante a primavera,

As palavras brotavam como flores,

Recitava o amor,

Com se fosse seu próprio criador.

Mas o ardor das tempestades de tristeza,

Roubou de tuas palavras todo a beleza,

E deixou solitário o papel que esperava suas palavras.

Talvez a virgula que faltava em sua vida,

Fosse também a sua primeira frase de alegria,

Que estaria perdida nos sonhos que alguém os roubou.

Já não sentia que tinha olhos,

Os prantos secaram,

Já não sonhava colorido como antes,

E em seu peito nenhum coração pulsava.

Deitou-se ao lado da lembrança de sua amada,

Alguém que ele nunca vira a face,

Nunca ouviu sua voz, ou a textura de sua pele,

Mas sabia que existia.

Aos poucos calado ele morria,

Um amor que nunca vivera em realidade,

Talvez a ultima poesia que ele pudesse escrever,

Foi a de morrer

Para se tornar verso funebre

De sua própria obra.

DjavamRTrindade
Enviado por DjavamRTrindade em 06/02/2014
Código do texto: T4680904
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