A Dor do Poeta.
Os versos rachados no chão,
Como o sol seco do deserto,
Mostrava o descontentamento do poeta,
Com sua falta de inspiração.
As palavras não pareciam soar poesia,
Pareciam palavras frias,
Escuras como as noite sem sonho que ele tivera.
Lembrava que durante a primavera,
As palavras brotavam como flores,
Recitava o amor,
Com se fosse seu próprio criador.
Mas o ardor das tempestades de tristeza,
Roubou de tuas palavras todo a beleza,
E deixou solitário o papel que esperava suas palavras.
Talvez a virgula que faltava em sua vida,
Fosse também a sua primeira frase de alegria,
Que estaria perdida nos sonhos que alguém os roubou.
Já não sentia que tinha olhos,
Os prantos secaram,
Já não sonhava colorido como antes,
E em seu peito nenhum coração pulsava.
Deitou-se ao lado da lembrança de sua amada,
Alguém que ele nunca vira a face,
Nunca ouviu sua voz, ou a textura de sua pele,
Mas sabia que existia.
Aos poucos calado ele morria,
Um amor que nunca vivera em realidade,
Talvez a ultima poesia que ele pudesse escrever,
Foi a de morrer
Para se tornar verso funebre
De sua própria obra.