Do Marinheiro
Te procurei numa esquina do pensamento
(a inspiração que, de noite, sempre revia)
porém só vi, dobrando a esquina, o vento
e as pegadas do seu cheiro que, longe, ia.
Então, sentei na sarjeta do esquecimento
que, sem palavras, estava árida e fria...
quando senti, sob os pés, um escorrimento...
era a saudade que, chorando, escorria.
Tive medo de me molhar nesse sofrimento
eu, que num deserto distante, já não sofria
mas, na mesma esquina, dobrou a ventania
trazendo o seu cheiro...o mesmo sentimento...
e, nas águas da saudade, naquele momento
icei as velas...era meu mar da poesia!
04-02-2014