Do Marinheiro

Te procurei numa esquina do pensamento

(a inspiração que, de noite, sempre revia)

porém só vi, dobrando a esquina, o vento

e as pegadas do seu cheiro que, longe, ia.

Então, sentei na sarjeta do esquecimento

que, sem palavras, estava árida e fria...

quando senti, sob os pés, um escorrimento...

era a saudade que, chorando, escorria.

Tive medo de me molhar nesse sofrimento

eu, que num deserto distante, já não sofria

mas, na mesma esquina, dobrou a ventania

trazendo o seu cheiro...o mesmo sentimento...

e, nas águas da saudade, naquele momento

icei as velas...era meu mar da poesia!

04-02-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 06/02/2014
Reeditado em 10/12/2015
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