Da Queda
Em queda, feito pena desprendida
do voo...e que cai suavemente...
sinto um abismo indiferente
que não repele e que não convida.
Mas não sou eu, esse ser que me sente
que conhece os relevos da vida...
não faço parte da dor da descida...
sou o próprio abismo, de repente.
E por me ver já de alma caída
é que caio tão poeticamente
sobre os versos (gazes do presente...
pomadas para a futura ferida)
nesses momentos de paz suicida
quando vivo o poeta somente.
04-04-2014