Da Queda

Em queda, feito pena desprendida

do voo...e que cai suavemente...

sinto um abismo indiferente

que não repele e que não convida.

Mas não sou eu, esse ser que me sente

que conhece os relevos da vida...

não faço parte da dor da descida...

sou o próprio abismo, de repente.

E por me ver já de alma caída

é que caio tão poeticamente

sobre os versos (gazes do presente...

pomadas para a futura ferida)

nesses momentos de paz suicida

quando vivo o poeta somente.

04-04-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 05/02/2014
Reeditado em 10/12/2015
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