RESSENTE SEMPRE UM POUCO

Tentará não dizer

nada até amanhã

chegará o sol

sorrindo

olha de lado

ele dormindo

fantasiando ainda

com seu corpo

antes de ver

ele partindo

indo por entre

paredes vazias

que tecem anseios

vingados

ao anoitecer

pega adaga

dobre sobre um pano

branco molhado

de sândalo

me entre insano

vendo

que o tamanho

desta doença

pode curar

se você me tocar ferindo

vou lhe suportar

partindo

sumindo

nestas paredes vazias

porque minto

dizendo que você

não vê outras borboletas

se abrindo.