O DERRAMAR DO LUTO...
O DERRAMAR DO LUTO...
Derramo sobre os olhos negrumes
negros de negritude
e prostituídas nas avenidas da sua própria alma!
derramo sobre os lhos negros
portadores de negrejares
denegridos e guiados pela ganância,
intolerância
e ignorância do seu mais alto ego!
derramo sobrevoando velozmente como águia
em ilhas de olhares irritados pela pólvora
espalhada pela dita, chamada, defendida
e elogiada democracia!
Derramo sobre os déramos de lágrimas que percorrem olhares embrionadores do futuro
e telespectadoras de sonhos esgotados de tanto serem sugados pelo desespero e insegurança, nas suas merecidas machambas heranciadas e nutridas pelas veias dos seus progenitores!
derramo em proteínas esgotadas
no esgoto do suor
que banha o reflexo do sangue que transcorre as veias,
mesmo quando já destinadas á morte!
derramo
derramando,
derramo
mesmo quando mal derramado,
derramo
sempre que sou derramado,
mesmo aonde não deveria ser destinado
ou accionado a derramar,
e continuarei derramando
ate um dia ser criada uma força motriz
capaz de dar vida ao estancar dos meus déramos!