COMO É VAZIO O MEU CORAÇÃO

Como é vazio o meu coração,

Costumo-se a amar a humanidade,

Triste costume; poeta bobo!

Deveria amar só uma mulher!

Vai poeta, vai...

Beber mas uma dose,

Faz mas uns versos,

E nem precisa está nu,

Nem precisa canta a metafísica,

Nem precisa canta o além...

Cante só o que lhe reluz.

Vai poeta vai...

Quem ama a humanidade tem uma doença rara,

Embora nunca deite só.

Tantas estrelas lhe parecem mulher!

Vai poeta vai...

Como é vazio o meu coração,

Em Salgadinho nunca amei,

Pouco são os homens que foram tão amados como eu,

Eu queria ter sido homem!

Pobre sina, nasci poeta!

Como é vazio o meu coração,

Que sempre se dá a versos novos,

Como é pesado esse coração,

Que invés de sombra dos homens, os mimam!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 03/02/2014
Código do texto: T4677031
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