por entre o vão dos teus olhos
Poetrix
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Fusão
De dois versos de lá
Que na rima nascerão
O poema está
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Relação
Tudo no poema tem
Menos os olhos
Que no poema v(e)em
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Orbital
Outonizo meu poema
Invernando primaveras
Que verão
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Ab soluto
Digo ao poema: fique
Mas, quem manda no poema?
Desisto! Multiplique
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Socratizando
Qualquer verso que direi
Será esquecido
Poema é não sei
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Salto Quântico
Aponto, tá pronto, conto
Mas o poema
Não sossega no ponto
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Círculo de Viena
Quero entender o poema
O que sou?
Quero entender o poema
Vitor Silva
Há de ainda cantar a solidão
e a fumaça dos sonhos encravados
a argila dos homens assombrados
nos espelhos lambidos no desejo
aspirado em ser o pensamento
teima a sentir a velha pressa
julga arrancar a natureza
no reflexo do sopro em gole verde.
Há de ainda adorar a correnteza
e o presépio de plástico
nos robóticos liláses passageiros
dessangrando furor e elegias
sob o catre maior da ilusão
entre Dança de Shiva e a costureira
o Caos no ciclópico esplênico.
Há de fitar ainda a mortandade
dos muitos mundos rebocados
dos cumes levantados
nas areias desertas de si-mesmo
e queira o ardil do absoluto
restado entre a Máquina do Mundo
e o rito do olhar tomografia
ignorar perfumes da manhã
transmitidos pela noite dissoluta.
Fecundará grafias insolentes
o fundo do abismo abrirá
o Eco será silvo e aguardente
o corpo de um túmulo dirá:
Ser sem sentir é ser somente
o relógio a perguntar que horas são.
Tome de todas as lições
O vento guia
A água apascentada
O fogo revelador
Mas se quiser somente terra
nada te bastará.
Equilibrará milhões de seres no agora
o ontem é um bêbado enxadrista
o futuro rodopia tantos y's
tudo visto nos teus olhos sem me ver.
E nem me vendo ali
eu sigo crendo
existir aqui.