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VESTIDOS

Eu nunca tive tantos vestidos!...
E eles me olham, em fileiras,
Querendo ser os escolhidos.

Há  brancos, verdes e vermelhos...
-Existe um bem transparente,
E outro, sagaz como um espelho!

Vestidos longos, curtos, midi,
Outros de barras tão compridas
Que se arrastam pelo chão...

Há os estampados bem alegres,
E outros, em ton sur ton,
São debruados de ilusão.

Existe um, que eu bem sei,
É como a roupa nova do rei
Que deixa à mostra o escondido...

Há um no fundo do armário
(Não o escolho; ele me escolhe)
E dele, eu tenho muito medo:

Me aperta como um espartilho,
Esmaga o peito, esse vestido!
-E ele é negro, negro, negro...








 
Ana Bailune
Enviado por Ana Bailune em 03/02/2014
Reeditado em 03/02/2014
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