Operário

Tijolo por tijolo,

Assim arruma o poeta os seus versos

Sob o sol escaldante de janeiro.

Trabalha vagaroso...

Mistura o cimento, pega peso

Com as mãos calejadas de obreiro.

Hora do almoço:

Refeição bem encorpada,

Pra dar sustância.

Afinal o relógio não para.

Sim, o corpo cansa

Mas as mãos trabalham.

Segue então a mesma rotina.

Tijolos, cimentos, vigas...

Ajeita todas as palavras

Até que enfim pareça um poema.

Chega por hoje.

Fim de expediente!

Então o poeta vai pra casa.

Tenta dormir apesar da noite quente.

Embora a vida seja amarga

Ele ainda tem sonhos doces

Em que vê um livro enorme

Que tem seu nome na capa.

Karoline Correia
Enviado por Karoline Correia em 02/02/2014
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