Rodapés dos Atos
Esgoto minha vida em um único dia
E vazia morro
Por excesso de excessos
Enquanto os abutres da noite
Devoram meus restos
Estabeleço gestos nos meus garranchos
Que expurgo em instantes de tédio
Não há equívocos
Quando as vísceras se agitam
Nos vãos engenhosos
Que o corpo capitula
Entre as estações
Negando as juras eternas
Que o concreto esfacela antes do último ato
Zombando de mim
Estão meus próprios reflexos
Reduzindo os átomos
Em risos monossilábicos
Nos rodapés dos atos