As Coisas


Seu sorriso de prata rompeu a tranca
do meu coração enferrujado
e as coisas ganharam vida.
Os chapeus se desprenderam da chapeleira
e dançaram pela casa.
Chaveiros vaso de porcelana cadeados
martelo talheres foram respirar o ar lá fora.
A velha cadeira abandonada caminhou pelo quintal
sob o olhar compassivo das grades combalidas.
O sofá colocou-me no colo e alçou voo
sobre a copa das árvores.
As coisas ficaram em movimento ante
seu sorriso de prata.



Este poema está em meu livro Estrelas.