MOTE: VIRGULINO FIGURA PREPOTENTE CRIMINOSO CRUEL POR VOCAÇÃO

Virgulino Ferreira foi maldoso

Grande agente do crime e da balela

No famoso distrito Vila Bela

Despontara o bandido perigoso

Esse monstro nefando e crapuloso

Perturbava a família do sertão

Deportava qualquer um cidadão

De maneira bastante comovente

Virgulino figura prepotente

Criminoso cruel por vocação

Foi satânico o neto de Jacosa

Desafeto sem-par de Saturnino

O caráter cruel de Virgulino

Fez dele uma figura perigosa

Muito jovem fez verso e cantou prosa

Para o povo fiel do seu rincão

Por vingança abraçara o mosquetão

E virara uma fera delinqüente

Virgulino figura prepotente

Criminoso cruel por vocação

Virgulino foi sempre desumilde

Com terror, com mentira e com maldade

Matou gente no campo e na cidade

Com a tropa de Antônio da Matilde

Muitas vezes passava por humilde

Com sorriso sincero e gratidão

Num momento tomava decisão

De matar a vítima decadente

Virgulino figura prepotente

Criminoso cruel por vocação

No cenário do crime Virgulino

Fez maldade por todo esse nordeste

Transformou-se num grande cafajeste

Contra o povo modesto e campesino

E na vida rebelde de assassino

Não sentira nenhuma comoção

Com revolver firmado sobre a mão

Dizimava qualquer um inocente

Virgulino figura prepotente

Criminoso cruel por vocação

Virgulino Ferreira, esse bandido

Fez desgraça no Velho Pajeú

E na sombra do neto de Dadú

Comandava seu grupo destemido

Bandoleiro perverso e decidido

Cafajeste raté sem coração

Atacava famosa região

Do seu povo pacato tão carente

Virgulino figura prepotente

Criminoso cruel por vocação

Virgulino, sujeito desalmado

Cangaceiro perverso e discrepante

Convivendo com gente petulante

Derrotou Pernambuco, grande estado

Em Sergipe o bandido foi barrado

Pela força do chefe da nação

Entre as pedras do tosco grutilhão

Apagara-se a vida da serpente

Virgulino figura prepotente

Criminoso cruel por vocação

Já falei do famoso bandoleiro

Desumano, covarde e mercenário

Teve a vida nefanda de sicário

Denegrindo o Nordeste brasileiro

Com ajuda nefasta do coiteiro

Dominava o caboclo sem visão

Com prece fantástica e oração

Enganava o matuto displicente

Virgulino figura prepotente

Criminoso cruel por vocação

Virgulino prezava o desamor

E bem longe do beijo de Jacosa

Conviveu como fera perigosa

Deflorando na terra sem temor

Para o mundo foi grande malfeitor

Virgulino Ferreira, o Lampião

Com patente vulgar de capitão

Deportava até mesmo o presidente

Virgulino figura prepotente

Criminoso cruel por vocação

Virgulino Ferreira foi revel

Detestava o torrão pernambucano

E deu também no povo sergipano

E com o nordeste inteiro foi cruel

Matar gente foi sempre o seu papel

Pelo o crime ele tinha devoção

Nunca teve nenhuma compaixão

Pela vida vulgar da nossa gente

Virgulino figura prepotente

Criminoso cruel por vocação

Virgulino figura malfazeja

Nunca teve respeito por ninguém

Revoltado não quis fazer o bem

Embora fosse devoto da Igreja

Atacava a família sertaneja

Depredando a riqueza do sertão

Com a cara sinistra de ladrão

Deflorava qualquer um indigente

Virgulino figura prepotente

Criminoso cruel por vocação

Poeta Agostinho
Enviado por Poeta Agostinho em 30/01/2014
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