Entre o sonho e o medo
Parada no meio do nada.
Não via nem ouvia nada.
Mas me sentia confortável onde estava.
Não tinha medo. Gostava de não sentir medo.
Ouço gritos e sussurros.
Ouço música e choro.
Tudo isso na minha cabeça.
Tudo junto. Alto.
E é assim que percebo que estou parada.
Parada no meio de um sonho.
Parada no meio do nada.
De um sonho.
Sonho esse que não tem fim.
Mas ainda me sinto confortável lá.
Mas não deveria ser assim.
Precisava me libertar. Sair do sonho.
A gente sempre sabe o que quer.
Sempre sabe como conseguir.
Então por que não fazemos?
Com medo.
Acomodamo-nos em nosso conforto como covardes.
Como crianças que fogem do escuro.
Com medo.