fim
A doce e inconfundível morte
Retorce no leito
O mais doente ser,
Que apalpa seu rosto sem senti-lo.
Movimentos angustiantes
Sobre a cama que o mantém preso de tudo,
Todos o olham,
Parecem olhar para um morto
Um verdadeiro defunto jogado ali
Sem ao menos ter vivido por alguns segundos.
A neblina negra vai aos poucos escurecendo o quarto,
Todos os dias os mesmos vem olhar aquele defunto
E a neblina toma conta de tudo e todos.
A morte da as caras
O jogo se estende por mais alguns dias,
Agora sim
Respira-se lentamente.
O medo penetra a carne,
A escuridão se apodera do corpo;
Dos ossos, das veias, da pele, dos olhos.
Degrau por degrau eleva-se
Cada dia mais e mais
Vagarosamente,
E fim, um único fim.