O Corpo que Voa.
''Pule daquele edificio...''
A voz ecoava nos meus pensamentos
Me causava nauseas, mas eu não conseguia silenciá-la,
Parecia querer meu fim,
Dizia:
_Nada de mau acontecerá, suas asas abrirão antes que toques o chão.
Doce mentira essa, de algum espirito maléfico,
Ou simplesmente minha insanidade querendo roubar minha lucidez.
_Pule, tens medo do que acontecerá?
Medo, isso que tens, medo, nunca saberás o gosto delicioso da adrenalina,
Da loucura de buscar algo, que não sabes se será bom o ruim, pule.
Os gritos dentro da minha cabeça pareciam martelar meu cérebro,
E eu já não conseguia ouvir a minha razão me aconselhando.
Sem conseguir pensar em outra coisa, segui esta voz louca,
Que debochava de meus medos, e me fazia de marionetes.
Então e um ato súbito, atirei-me ao nada,
Uns segundos de paz e silêncio tomaram meu corpo torturado,
De olhos fechados, sentindo a leve refrescancia do pranto,
Senti um vento forte, lançar-me ao alto,
E ao abrir os olhos, vi um corpo deitado sobre seu próprio sangue,
A voz antes de abandonar-me, ainda me disse algumas palavras:
_Para que prantos?, estas livre, agora aquele corpo frágil e decadente que o aprisionava, não mais o pertence.