Do Cheiro Da Chuva
Como não amar esse cheiro de chuva
que se banha na memória de menino
que veste com um sorriso repentino
a alma, como se fosse uma luva?
Como não chorar assim, tão pequenino,
o choro nos olhos da tarde viúva
que desenha, na tristeza, uma curva
na solidão, um escorrer retilíneo?
Como não se molhar nesse sentimento
que goteja pelas telhas do passado
e, que além de um coração molhado
deixa poças rasas de encantamento
onde um menino, todo lamacento,
desliza seu riso branco, encantado?
27-01-2014