Do Cheiro Da Chuva

Como não amar esse cheiro de chuva

que se banha na memória de menino

que veste com um sorriso repentino

a alma, como se fosse uma luva?

Como não chorar assim, tão pequenino,

o choro nos olhos da tarde viúva

que desenha, na tristeza, uma curva

na solidão, um escorrer retilíneo?

Como não se molhar nesse sentimento

que goteja pelas telhas do passado

e, que além de um coração molhado

deixa poças rasas de encantamento

onde um menino, todo lamacento,

desliza seu riso branco, encantado?

27-01-2014

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 28/01/2014
Reeditado em 10/12/2015
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