Florais Irados!
Pestanas arrepiadas, ventos por sortilégios,
Números que contam para contas novas,
Descontam de atrasos imaginários, acasos,
Fortuitos enganos & desenganos, feitios,
Amores-perfeitos como sobras de Maio,
Outro mês passando no vagar da espera,
Olhares distantes, outras janelas, solidão,
Apartes para um astronauta de mármore,
Sobras de letras, versos & músicas, versões,
Da imagem mostrada ao coração que ainda sangra,
Toda a indolência recente eu o corpo ressente,
Tempo de um particípio passado desfigurado,
Nunca quer nada, mas tudo implica, duplica,
Aos cantos que se depara na poeira passante,
Galhos quebrados que remontam cuidados,
Dos Jardins suspensos, irados florais,
O que inversa na advertência calada, verbais,
O não verbal a hera contagia pelas paredes,
Paira o peito rijo que passa ao largo, vistas,
Sem ter o toque tão próximo aos olhos da luz,
Somam-se mais esperas, distintos sabores,
A mão que colhe o gozo inesperado, terno,
Sonhos de acordos, acordes acordados, sons...
A delicada respiração que o gozo acontece,
Sempre juntos & com beijo na boca,
Desde a última até a primeira vez...
Cada momento passado que vira um sonho!
Peixão89