AS CORDAS DA LIRA...

Trago no coração

um abandono próprio à poesia.

É que sou repleto de insuficiências!

Matérias primas de todas os poetas…

Trago no coração

um ranço forte da minha meninice.

Esses traços de infância me vão consolando,

tocando, ao seu bel prazer, as cordas da lira…

Trago no coração

um leve resquício de amor, que não

aprendeu estancar pesares, nem cessar a dor.

E o faz pulsar oscilante no ritmo da saudade…

Trago no coração

um forte desejo de desaprender o amor.

Porque do amor ao escárnio o liame é frágil;

e a trilha é sempre hostil e de pedras pontiagudas…

Trago no coração

uma sede louca de termos e expressões:

sacio-a grafando na lauda virgem de verbos

a força da minha agonia e ira: e tudo vira poesia!

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 27/01/2014
Código do texto: T4667281
Classificação de conteúdo: seguro