Os Meus Flagelos

Vou poder voar no sorriso de ontem
Hoje, saber pousar sofrido no choro
É o píncaro do meu destino pequeno
Sombra de Ícaro, acetinado veneno.

E vou fraturar os passos da doçura
Acelerar, esgarçar a pele na fritura
Vou desalmar do corpo a formosura
E vivo, encontrar perdida a procura.

Hoje, livres estão os meus flagelos
Moídos em moinhos de sonhos frios
Calafrios entornam na pele arrepios
Eros ressecou os ventres do prazer.

Hoje, levo a lança do anjo descabido
A adaga que se perdeu nas vísceras
Do bom tempo e do brilho indefinido
Abriu o ontem para não amanhecer.

Abortada a poesia antes de nascer!
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 27/01/2014
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T4667262
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2014. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.