A árvore e eu
Nos vimos quando
pequenas e frágeis
sem nunca perder esse olhar.
Crecestes depressa, amiga,
sem as agitadas horas observar.
Seguro e preciso, o insistente
enquanto o tic- tac da minha vida,
enlouquecido e barulhento
não se continha em me controlar.
Enquanto meus cachos
se desfaziam e meus louros cabelos
nos ombros caíam em desalinho,
seus galhos fartos já vergavam
ramalhetes de flores vermelhas
e suas pétalas atepetavam
todo chão com carinho.
Hoje entendo esse seu delicado cuidado,
sabias quão árdua a vida era
e meu chão perfumavas,
com tuas pétalas soltas no chão
meu caminhar não sentia
a secura áspera da pisada da vida
e ias relaxando meu coração,
aliviando toda a dor
que a vida em nós opera.
Previstes a triste solidão
e de cuidados, não te retivestes.
Oferecestes teu melhor.
Hoje, expresso, minha gratidão!