INCERTEZAS DO ABSTRATO

Quando as vestes se fazem irrelevante,

E as almas procuram uma cadencia,

Pode ser o inicio da falência,

De uma vida no sentido encarnado,

Neste caso depuram-se os pecados,

E anseia-se pelo brilho reluzente,

Que emite o passaporte eminente,

Para o mundo do corpo celestial,

Desprezando os valores mais carnais,

Como algo que perdeu sua valia,

As razões que emanam as alegrias,

Se perfazem nos mandados sem malicias,

Corpo e alma desfazem a sociedade,

E deixamos de sentir tantas saudades,

Das comendas que nos levam ao viço,

Passaremos a rever os compromissos,

Dando voz as incertezas do abstrato,

Ignorando os horrendos desacatos,

Que feriam nosso ser mais temporal,

Pois agora o nosso almejo é astral,

Reconduzindo nossa centelha ao seu ninho.