S.P. (0xx11) 4-6-0 (ou ode a uma cidade singular, plural e uma capital mundial)
São Paulo, terra da garoa
(ou seria terra das chuvas torrenciais de verão e suas enchentes?)
Cidade velha, cidade nova
Metrópole dos sonhos
Dos ricos (e dos muito) e sua avidez de riquezas maiores
E dos pobres trabalhadores, reféns da jornada maçante
Dos imigrantes que transformaram uma pequena vila
Vindo dos quatro cantos
E que prestaram sua contribuição
Com cultura, gastronomia e história
Em uma metrópole colossal
Uma das capitais mundiais
Dos indígenas que aqui se encontravam
E que foram escravizados, dizimados
E que hoje aqui restam poucos desses nativos
SP terra riquíssima em cultura
Da pauliceia desvairada de Mário de Andrade
Aos inúmeros museus de arte com valores históricos imensuráveis
Terra riquíssima em música
De Adoniran Barbosa e seus demônios da garoa
Ao funk ostentação e toda a sua luta por aceitação
Vista nos rolezinhos por seus adeptos
São Paulo, capital mundial dos problemas psicológicos
Todos vitimados por uma rotina doida
Explicada pela equação (de 1º grau) abaixo
“Se tempo = dinheiro, logo, tempo pra caralho = dinheiro pra caralho”
Por que nos matarmos de tanto trabalhar?
E perder o melhor que a vida tem a nos oferecer
Nossos amigos, nossos amores, nossas famílias
Muitos sofrem de depressão, vitimados pela propaganda massiva capitalista
De outra equação facílima
“Ter = ser”
Consumismo desenfreado, fator gerador da violência
São Paulo dos suicidas incompreendidos
Que nunca foram notados
Sampa dos excluídos e desfavorecidos
Cantada por grandes ícones
Mestres de cerimônia como Mano Brown
Que sobrevivem a dura vida do gueto
Não nazista, mas, de certa forma higienista
Já que a burguesia não está apta a conviver
Com pretos, pobres e representantes da ralé
SP city da desigualdade
Enquanto muitos têm absurdos e nem sabem como torrar
Outros nada têm e são diariamente vitimados
S. Paulo dos parques, refúgios da natureza
A cidade do concreto, selva de pedra
Encontra em alguns poucos cantos
O espaço para o verde, para a natureza
Que com a sua beleza
Contrastam com toda a poluição
Do ar fétido e imundo
Das águas mortas
São Paulo, aliás, do meu tietê
Do meu pinheiros e do Tamanduateí
Os 2 primeiros que dividem a cidade
E que ditam o caminho do desenvolvimento
E o último onde D. Pedro I, com diarreia
Ao subir a serra (de santos pra vila,
contra-fluxo do movimento do feriado, onde a classe média descansa)
Soltou um barro em tal rio (seria por isso que hoje és poluído?)
E proclamou (não gritou) a indenpendência do Brasil
(sim, Pedro Américo, seu mentiroso depravado
teu quadro do grito fora totalmente dissimulado)
São Paulo de 11 milhões de habitantes
Muitos nativos outros imigrantes e outros tantos retirantes
Que vem tentar a sorte na cidade grande
E mudar seu destino de morte e vida
Quantos Severinos existem nessa cidade?
Trabalhando em empregos diminutos
Juntando dinheiro pra voltar pra terrinha
Quantas histórias eles tem a nos contar
Dignas odisseias de seres humanos comuns
Sampa da batalha diária
De veículos entupindo as vias que levam aos quatro cantos de uma cidade
Cidade que não dorme
Porque se você para, minha linda joia rara
O povo enlouquece
São Paulo dos shoppings centers
A praia dos paulistanos, como diriam os cariocas
Templos de consumo burgueses
Realidade virtual a toda a boa gente
Que frequenta esses lugares
E por alguns momentos de tranquilidade
Esquecem-se de todos os problemas que acometem a nossa realidade
Mas Sampa também de cultura
Sampa dos teatros
E seus glamourosos espetáculos
Lar de cinema indies
E circuitos não comerciais, alternativos
Coisa pra gente hipster e cool
Terra de museus
Alguns mais antiquados
E outros com mais interatividade
E com prospostas faraônicas
Arquitetadas pela modernidade
Cidade de botecos
Onde às vezes nos encontramos
Para falar (e chorar) da vida
S.P. da gastronomia
Com milhares de pizzarias
Mas também com muito mais requinte
Alguns dos melhores restaurante do mundo
Aqui, estão nos representando
São Paulo heterogênea
Com um povo com ideias distintas
Ímpares e convivendo numa harmonia
(enquanto não colidirem pessoalmente)
Sampa do moderno, do antigo
Do igual, do diferente
Com uma avenida que te faz jus
E com passantes ímpares
Cada qual com suas ideias, ideologias
Credos, vontades
Desejos, esperança
Sonhos...
Avenida essa
Que é a representação da relação conjugal
Começa no Paraíso
E termina na consolação
Segunda maior frota de helicópteros do mundo
E sexta maior cidade mundial
São tantas em uma só
Tantas cidades
Que é impossível cantar
As belezas (e problemas)
Que existem em você
Mas, sinta-se representada, minha linda cidade
Por esse roto poema
Como uma homenagem pelo teu aniversário
São Paulo, cidade universal
De teus nativos, paulistanos, paulistas
Brasileiros e turistas
São Paulo, minha linda terra adorada
Entre outras mil, és tu, cidade mui amada
Jamais te trocaria por outra cidade
Não te trocaria por nada
Feliz aniversário, São Paulo
Felizes 460 anos
De muita história
Um pouco revolucionária
E que continue com teus pontos positivos
E melhore teus aspectos negativos
Sampa, cidade linda
Para sempre minha eterna morada
E mesmo que venha a me ausentar
Carregar-te-ei comigo em minha lembranças durante meu exílio da terra amada
São Paulo 25 (ok, foi escrito dia 24, mas é pro dia 25) de janeiro de 2014