PEDIDO AO MEU AMOR!
No quintal tinha um pavão
Cheio de plumas, às cores
Que me pisava as flores
E de salsa, a plantação.
Era já uma aberração
Ver cada dia essa cena
Que até murchava a açucena
Quando a ave ali poisava
E assim de cabeça brava
COM PENA PEGUEI NA PENA!
Com uma faca da cozinha
Cortei-lhe logo o pescoço
Fiz cabidela pró almoço
E também uma canjinha.
E para alegria minha
Aproveitando a benesse
Convidei a quem quisesse
Ver a pena que guardei
E naquele instante pensei
COM PENA ESCREVI UM “S”.
Fi-lo no céu e no mar
Fi-lo na areia e na escrita
Fi-lo num lenço de chita
Para a água o não levar.
Depois, assim a chorar
Relembrando o meu sofrer
Quis o oceano percorrer
Para te dar um abraço
E por não te ter no meu espaço
COM PENA MANDEI DIZER.
Bradei para os quatro cantos
Da ternura que eu sentia
Qual missiva se escrevia
Para aliviar-me dos prantos.
E sem mistérios nem espantos
Para que o mundo soubesse
Quanto mais paixão houvesse
Somente pra ser feliz
Logo um pedido, lhe fiz
AO MEU AMOR QUE VIESSE!