PEDIDO AO MEU AMOR!

No quintal tinha um pavão

Cheio de plumas, às cores

Que me pisava as flores

E de salsa, a plantação.

Era já uma aberração

Ver cada dia essa cena

Que até murchava a açucena

Quando a ave ali poisava

E assim de cabeça brava

COM PENA PEGUEI NA PENA!

Com uma faca da cozinha

Cortei-lhe logo o pescoço

Fiz cabidela pró almoço

E também uma canjinha.

E para alegria minha

Aproveitando a benesse

Convidei a quem quisesse

Ver a pena que guardei

E naquele instante pensei

COM PENA ESCREVI UM “S”.

Fi-lo no céu e no mar

Fi-lo na areia e na escrita

Fi-lo num lenço de chita

Para a água o não levar.

Depois, assim a chorar

Relembrando o meu sofrer

Quis o oceano percorrer

Para te dar um abraço

E por não te ter no meu espaço

COM PENA MANDEI DIZER.

Bradei para os quatro cantos

Da ternura que eu sentia

Qual missiva se escrevia

Para aliviar-me dos prantos.

E sem mistérios nem espantos

Para que o mundo soubesse

Quanto mais paixão houvesse

Somente pra ser feliz

Logo um pedido, lhe fiz

AO MEU AMOR QUE VIESSE!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 26/01/2014
Código do texto: T4665287
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