PESCADORES

Semeiam na areia,
que seja a prece,
que seja a ceia,
uma verdejante espuma.

E o mar, vivo, bravo,
que seja o túmulo,
que seja escravo,
de uma salgada vida.

O sol no ombro tostado,
na carne bruta, trincada,
o rosto solitário, apagado,
uma imagem naufragada.

Recolham o fruto,
que seja a peste,
que seja no fundo,
uma alma trancada.

E o mar, vivo, bravo,
que seja o berço,
que seja o terço,
de uma salgada vida.


 
Dado Corrêa
Enviado por Dado Corrêa em 25/01/2014
Reeditado em 04/04/2014
Código do texto: T4664567
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