Vou redigindo lapsos
Digerindo-os
Dirigindo-os
Enquanto seduzo meus medos
Para fazer cabê-los
Em raízes quadradas
Afundadas na caixa torácica
Duvido das lembranças
E deslizo-as
De corrimões existenciais
Para contextos emocionais
E do ontem
Hoje sou menos
E menos serei amanhã
Para devolver esperanças
Delinear nova vida
Desconhecendo expectativas
Que assombram o fígado
Tropeço no apelo dos ossos
Seguro suspiros com as mãos
Retenho os vestígios da consciência
De que o muro foi prisão
Vingo mágoas perdoando-as
Aflorado o sorriso dos lábios
Teço os fios para costurar detalhes
Convencendo a loucura
A ser meu oásis

                                                                   (Lapsos - Lia Barone)





Imagem reprodução web