SINAS ANACRÔNICAS
Amanhã eu quis e quanto.
Ontem decerto, pudera sou.
Hoje quem dera eu fui e vou,
Num tempo para cada encanto.
Hoje eu sonharei assim.
Ontem planejo o que será.
Amanhã o amor foi-se a eternizar,
Um espaço para cada fim.
Outrora fez-se leve futuro.
Hoje, um velho e lépido passado.
Ontem, um jovem presente amado,
Nos versos anacrônicos e escuros.
Amanhã eu trouxe a saudade.
Hoje eu cantaria a esperança.
Ontem vivo nos olhos da bela criança,
Que brinca feliz de eternidade.