Flor Branca

Pela manhã

Ele foi ao rio e lavou seu rosto

Qualquer coisa havia nele

Que não era o tempo

A água do rio

Enxaguava os olhos

E ele depois admirava

Com o olhar molhado

Os reflexos no rio

O céu dentro dele

Era um poema

E a cor azul

Que se movia com as nuvens

Uma melodia longíncua

O vento fazia arrepios de água

Ele mesmo pensou

Um pensamento puro

E todo o resto quis entrar ali

Como entrou assumindo um papel

O bom homem procurou caminhar

Voltou às costas para o rio

Depois de alguns passos parou

Qualquer coisa havia nele

Que não era tristeza

Mas talvez lembrança

Pois levava

No bolso da camisa

Uma flor branca

E dentro dela

Uma esperança

Que era todo o peso

Daquele olhar...

Angelo Trom

23-01-2014

Angelo Trom
Enviado por Angelo Trom em 23/01/2014
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