O TEU OLHAR
(Sócrates Di Lima)
Moreno, o teu olhar entardece,
Morena, a tua pele é nuvem de céu ameno,
Em tons serenos teu semblante embevece,
De cores vivas de um olhar de aceno.
Distante, teu olhar do meu se perde,
No vazio de um certo infinito,
O meu olhar assim procede,
Pois percebe que nele há um grito.
Longo e silencioso...
Um olhar buscando encontrar,
Distante um outro olhar jocoso,
Para tua saudade aliviar.
E se encontrar,
Na alegria do outro distante olhar,
silencioso a observar,
A legria do sorrir que nele há de chegar.
Este teu olhar de fim de tarde,
Como quem debruçada à janela está a esperar,
Que um passarinho possa pousar,
E trazer de longe a imagem do mais terno olhar.
E assim, mesmo que o vento tenha levado,
Para longe o olhar da saudade que não tem fim,
No peito a ternura do teu olhar será guardado,
Até o dia em que redirecionar o teu olhar, pra mim.