AMOR DO PRÓPRIO

É quando

ela visita-me

ama-me

e sai depois

sorrindo

que consigo

entender-me

durante os dias

vejo antepatias

descasos

amigos

que logo esquecem

porque vencem

meu código

antigo

também rindo

saem

eu nada sinto

é quando ela

visita-me

ama-me

e sai

que leva consigo

minha vida

então disperço

bipartido

que de um lado

não sinto

devo ficar

no equilibrio

sobre perigo de cair

é ai que ela

tem que voltar

pra acolher

recolher

amar-me

devolve-me

pra ficar possível de novo

é quando ela vai

que o mundo cai

entre mundos

nem terra tem

vira-mundo

jogado

nos dados confusos

dos senhores

falantes

que também sorriem

porque seu amanhã

ainda existe

mesmo passado

que insiste adiante

fica frágil

no fácil aconchego

chegado

dos elefantes.