CREPÚSCULO
(Sócrates Di Lima)
O Sol se pôe ao fim de um olhar,
Pela janela de um tempo curto,
Como pássaro sozinho a voar,
No crepúsculo de um enterceder oculto.
nu de mim, me curvo no meu próprio Eu,
Como se encolhido no ventre da saudade,
E assim o dia entardeceu,
criando um crepúsculo sem identidade.
E o coração bate descompassado,
O vento levou a esperança,
Ficou a saudade como chão ressecado,
Matando a vida ded um amor criança.
Olho da janela a noite que se aproxima,
Um vazio visto num corpo aberto,
Como a flor de hiroshima,
Abrindo fendas em meu deserto.
E a tarde cai sorrateira,
A brisa quente sofoca a asusência agora,
O olhar vê ao longe pela soleira,
Um querer em asas indo embora.
E assim bate em descompasso o peito,
O coração geme como um gemido de frio,
Já não tem mais jeito,
O corpo se abre num grande vazio.
Assim, a tarde se deita no colo da noite,
Sem as mãos das estrelas a afagar,
Nem o vento sofre com açoite,
Nem a prata da luz do luar.
Foste embora entre o pesar e o contentamento,
Não há reta nem curvas para rever o olhar,
Levaste toda a sorte de entendimento,
De como nem tudo se pode quando se quer amar.
E cmo dizer ao coração sobre uma partida,
De alguem que ali esteve na quase realidade,
Vozes e sorrisos cessaram sem despedida,
Deixando em seu lugar, um crepúsculo de saudade.
E assim se faz um fim de tarde qualquer,
Que emcobre um bem querer em casulo,
E finalmente, corta o cordão umbilical entre Eu e uma mulher,
E faz terminar o dia, num triste crepúsculo.