Arte!
A arte é a morada do ser...
Onde o individuo deixa de ser
Mais um, e passa a ser o sentido
Do existir!
A arte eterniza o mortal
Concretiza o efêmero
Diviniza o profano...
Escraviza o livre
E liberta o escravo...
Da cegueira da alma.
A arte é a morada do sentir
Ela transforma o nada
E lhe dar uma forma?
Que antes de ser forma
Tem que passar pela lente do observador...
Mas não perdi seu perfil de arte...
Não tem nomenclatura de nada e de ninguém
Pois sua definição não caberia em letras
Harmoniza nosso interior
ou desarmoniza o equilíbrio
mas não existi sem ação...
Ela é o próprio sentido de fazer,
Agir, se dar, punir, amar...
A arte é o fígado do corpo cósmico
Onde as químicas acontecem
Onde tudo ou nada funciona...
Sem ser percebido!
O artista é o coração
Pulsa no ritmo da oxigenação que se permite...
Ou sufoca quando não se alimenta
Do oxigênio do criar...
Necessário para a química se dar...
E produzir a energia
Que nos alimenta a alma!
O mundo possibilita o real
O artista é a tradução do real coletivo
Inconsciente, inconsistente
Que gravita em cada cosmo corpo, mente...
A arte é a tradução do real...
Ou recorte de realidades
Que se liberta através da magia do criar
Dominado por quem se liberta
Quando se tem a sim mesmo retratado!
Isolado aos olhos do publico
Imolado pelos atalhos das sensações
Tantas que invadem o artista
No momento das dores do parto
Gerado na gênese de cada criação
Quem se tem a si mesmo
E consegue ser, se ver fazer
Parte da criação, na arte da vida
Munda o todo, muda, o rótulo, muda o mundo
Se muda, muda vive
Se mudo, murcha, morre!