FEIJÃO CAÍDO

FEIJÃO CAÍDO

Estou tão triste como feijão,

Caído pelo caminho, no chão.

Sinto um que de desilusão,

De ser alguém e de ser não.

O feijão caído não tem destino,

Pois este caiu pelo caminho.

Pode ser pisado pelo peregrino,

Ou achado por um menino.

Pode ter caído entre os pedregulhos,

Tem que lutar com seus orgulhos.

Irá secar e morrer sem fazer barulho,

Como suicida que vai fundo no mergulho.

Hoje sou fragilizado como a semente

E a tanta coisa que passa em minha mente.

Quero ter acertado no amor novamente,

Mas nasci amaldiçoado idiotamente.

Resta rezar para um Deus universal,

Que o feijão caia em solo excepcional,

Venha cumprir seu carma principal,

Aprendendo e vivendo de modo real.

O feijão caiu pelo chão, mas eu não,

Continuo andando olhando para o chão.

Se eu acho um feijão planto–o com paixão,

No contrario ele também teria compaixão.

Feijão? Eu? Paixão? Amor?

Cadê você?!

André Zanarella 06-11-2012

(escrito logo pós-endoscopia)

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 22/01/2014
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