NA INFINIDADE ENVOLVENTE
Como
viúva negra
despedida
de outra vida
vai ter que
destruir
seu edifício falido
desarma sua falta
num liquido
preciso
em que mágoas
se misturam
a águas derretidas
cabelo liso
permetindo se soltar
descer
pra suspiro
de quem quer ver
o que cobre-se
pra enlouquecer
ascendente
torna vidente
corpo de uma raiva
vencida
pelo tesão
na armadilha
preparada
como bebida
destilada
de humores
distintos
pedindo clamando
apenas ouvindo
porque o que
fala
escreve letras
cruzadas
sublinhando
abrindo
também retirando
querendo
o que apenas pele
teias pêlos
redes inteiras
lingua certeira
atinge apíce
do que a mente
sabe envolver
matar ou morrer
de verdade.