Letalmente
as notas se diluem
no intervalo dos meus cílios;
escorrem
nos vãos dos ponteiros...
Arrefece-se o choro,
crepita agora o desespero...
N'um erguer de pulsos
respiro fundo
sob esses porões,
meus submundos;
e os sons anêmicos
gotejam mórbidos... roucos...
(... A ampulheta da vida
não se atém aos suspiros
e me abandona aos poucos...)
Não sei quanto tempo dura
essa morte visceral e insepulta;
se é constante,
se é intermitente
sei que tudo fica tão longe...
Tudo parece um sonho distante,
ao passo que os versos esticam
no delírio de alcançar !
... Às vezes me perco,
me desconstruo,
desfaleço;
e nunca sei o caminho
pra me buscar...
Ouvindo...
Denise Matos