Letalmente

as notas se diluem
no intervalo dos meus cílios;
             escorrem

             nos vãos dos ponteiros...

Arrefece-se o choro,
crepita agora o desespero...
 
N'um erguer de pulsos
respiro fundo
sob esses porões,
meus submundos;
             e os sons anêmicos
             gotejam mórbidos... roucos...
 
(... A ampulheta da vida
não se atém aos suspiros
e me abandona aos poucos...)


Não sei quanto tempo dura
essa morte visceral e insepulta;
             se é constante,
             se é intermitente
 

sei que tudo fica tão longe...

Tudo parece um sonho distante,
intangível e incoerente
ao passo que os versos esticam
no delírio de alcançar !
 
... Às vezes me perco,
me desconstruo,
desfaleço;
             e nunca sei o caminho

             pra me buscar...









 
Ouvindo...

 
 
Denise Matos


 
DENISE MATOS
Enviado por DENISE MATOS em 20/01/2014
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