A PRAÇA
Era assim a praça,
quase escura, quase pura.
Romanciava com os casais,
cheia de ciúmes, cheia de graça.
Alfabeto de amor
entalhado nos bancos,
das damas os encantos,
dos senhores acenos
com lenços brancos.
Neste palco circulavam discretas
aba de chapéu cinza claro,
sombreando as cobiças secretas,
passos lentos encorajando
as palavras presas,
estrelas, num céu de brilho raro,
luz de poste, saudades acesas.
Na madrugada era a morada
dos embriagados,
era a namorada
do relógio da igreja,
era a sujeira da pipoca,
do cigarro, era a insônia
dos apaixonados,
o restinho doce
da bala de cereja,
o solitário pigarro.
Era assim a praça,
quase escura, quase pura.
Romanciava com os casais,
cheia de ciúmes, cheia de graça.
Alfabeto de amor
entalhado nos bancos,
das damas os encantos,
dos senhores acenos
com lenços brancos.
Neste palco circulavam discretas
aba de chapéu cinza claro,
sombreando as cobiças secretas,
passos lentos encorajando
as palavras presas,
estrelas, num céu de brilho raro,
luz de poste, saudades acesas.
Na madrugada era a morada
dos embriagados,
era a namorada
do relógio da igreja,
era a sujeira da pipoca,
do cigarro, era a insônia
dos apaixonados,
o restinho doce
da bala de cereja,
o solitário pigarro.