Clamor
o rio secou dentro de mim,
beberam minha vontade de viver.
eu era o néctar da flor,
o gozo das pétalas de plástico
pedras brotaram em meu peito
afiadas como capim santo
cortaram minha carne em fatias,
pedaços ruíram ao chão
gritei aos quatro cantos
ninguém ouviu, ninguém me viu,
taparam os ouvidos...
eram mãos embrutecidas a ferro
o silêncio metálico do adeus
foi mais que suficiente,
foi a própria morte dos versos,
palavras que tanto amei