ÉS O QUE O CORPO QUER

Sentido oriente

calvário das emoções

do consciente

perde-se

toda razão

dane-se

o primeiro erro

quer surgir

imenso

entre o que penso

e o que se quer

vontade abrupta

distuída de culpa

pele imersa

nas vagas coisas

dispersas

pelo que vem

farejo dela

convite a culpa

uniforme regrado

drogado

por uma vitrine

batizada

de famintos

demasiados

instintos

demorados

ainda sentados

sobre uma cobertura

olhando

o que querem

antes de serem

ela então despe-se

deixa uma de suas

tantas mulheres

ali mesmo no chão

parece pisar

me deixe falar

de perto

com esse inferno

querendo

dobrar-se a ele

que dobra-se

não guarde nada

apenas nade

sobre essa água

delicada

que sai

por entre o que é

denso antes

de tocar

vai amar

então esse nada

que vague entre

ondas sonoras

de quem namora

por um

pedaço de vida.