Mãe parece árvore do cerrado...

“Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho.” (Carlos Drummond de Andrade)

Mãe parece árvore do cerrado...

Agora quando abro os olhos

vejo uma mulher meio cansada.

... E nem Deus tem piedade dela.

Não abranda suas dores e aflição,

nem atenua a carga sobre ombros...

Parece que dela não se lembra mais.

Nem suas preces Ele ouve.

Somente a deixa viva

para mostrar que é o todo poderoso...

Deixa-a largada no mundo.

Talvez, para compreender

o quanto as mães são fortes.

O quanto resiste aos desgostos da vida.

Sempre com nobreza de alma e paciência.

Mãe parece árvore do cerrado...

resiste seca, se retorce toda,

enfrenta fogo, escurece as cascas,

mas não tombam nem perecem.

O tronco pode até ficar feio e ferido

Mas no topo florescerá sempre verde...

Mãe, mesmo cansadas continuam a ser

o que elas sabem tão bem ser: mãe.

Nós, os filhos, continuamos alucinados

e indiferentes a esta doce figura.

Para a mãe, oferecemos sempre

menos do que deveríamos.

Mãe sente a própria dor e a dos filhos,

sente a dor do marido e a dos outros.

Passa noite acordada rezando

e esperando filho voltar de festa.

Mãe parece que não se cansa nunca.

Mãe resiste sempre e não fraqueja.

Mãe deve ser uma parte de Deus

Que caminha pela terra para deixá-la

mais dócil. Mãe não se explica, nem se

compreende. Como falou o poeta mineiro:

Mãe devia ser eterna e não morrer jamais.

IVAN CORRÊA
Enviado por IVAN CORRÊA em 19/01/2014
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