Desigualdade Pútrida Social

Das vidas vícios eloquentes

devastando e libertando mentes;

corroendo em ácidos os pensamentos

e os ares são tóxicos como palavras;

malditas, benditas, palavras soltas;

palavras presas pelas armadilhas da vida.

Nas esquinas dois garotos e uma lata de benzina

e o futuro passa sem notá-los, mas a poesia o faz.

Capitalismo e destrutivísmo democráticos

enquanto pulmões asmáticos gritam ar

enquanto o poeta não é mais que mais

uma boca que grita palavras e as regurgita.

Da vida vícios ilegais entre pessoas legais

e o sistema é o retrato do egocentrismo

ditando certos e errados que lhes convém;

mas, as almas querem se libertar de tudo.

E no fim das contas um viciado é preso como esmola,

álibi de uma noite de loucuras terminadas no camburão;

e no fim das contas magnatas saem sorrindo

rindo da sujeira escondida debaixo de seus tapetes persas.

E o poeta observa quase calado a rotina desgraçada

de vidas se esvaindo no frio de um viaduto na calçada

mas, infelizmente é a nua e crua realidade

versificada por mãos doentes e calejadas.

E se essas palavras chegarem nos jornais

será apenas mais uma página-cobertor

de um indigente que também é gente;

gente que aproveita de um papel velho pra proteger seu frio.

Jonas R Sanches
Enviado por Jonas R Sanches em 19/01/2014
Código do texto: T4656144
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