O POBRE QUE ANDA A PEDIR!
A isto estará guardado
Aquele que nada tem
Quando lhe faltar vintém
Ou comida ao seu lado.
Desgostoso e amargurado
Nem lhe apetece sorrir
E prá vida prosseguir
Para não cair ao chão
Leva tanto abanão
O POBRE QUE ANDA A PEDIR.
Esquece-se até de ser homem
E enfrenta temporais
Só de mágoas traz sinais
Nesses dias que o consomem.
Porque `inda há muitos que comem
Em mesas afortunadas
E ele segue nas estradas
Sem qualquer naco de pão
Olhando prá solidão
COM SUAS MÃOS DESNUDADAS.
E assim lá vai caminhando
Em busca de alguma sorte
Esperando que alguém s`importe
De o ver ali pedinchando.
Com as lágrimas rolando
Em seu olhar de tristeza
Envolto em rara certeza
De que lhe dirão para entrar
E que algo lhe irão dar
BATE À PORTA DA RIQUEZA
Depois é o desencanto
Dizem-lhe pra se ir embora
No entanto ele implora
Que lhe acalmem seu pranto.
De joelhos pede tanto
Duas fatias mirradas
Desse sustento às carradas
Que não querem dividir
E pra sozinho não partir
GANHA DUAS BOFETADAS!