O POBRE QUE ANDA A PEDIR!

A isto estará guardado

Aquele que nada tem

Quando lhe faltar vintém

Ou comida ao seu lado.

Desgostoso e amargurado

Nem lhe apetece sorrir

E prá vida prosseguir

Para não cair ao chão

Leva tanto abanão

O POBRE QUE ANDA A PEDIR.

Esquece-se até de ser homem

E enfrenta temporais

Só de mágoas traz sinais

Nesses dias que o consomem.

Porque `inda há muitos que comem

Em mesas afortunadas

E ele segue nas estradas

Sem qualquer naco de pão

Olhando prá solidão

COM SUAS MÃOS DESNUDADAS.

E assim lá vai caminhando

Em busca de alguma sorte

Esperando que alguém s`importe

De o ver ali pedinchando.

Com as lágrimas rolando

Em seu olhar de tristeza

Envolto em rara certeza

De que lhe dirão para entrar

E que algo lhe irão dar

BATE À PORTA DA RIQUEZA

Depois é o desencanto

Dizem-lhe pra se ir embora

No entanto ele implora

Que lhe acalmem seu pranto.

De joelhos pede tanto

Duas fatias mirradas

Desse sustento às carradas

Que não querem dividir

E pra sozinho não partir

GANHA DUAS BOFETADAS!

O Poeta Alentejano
Enviado por O Poeta Alentejano em 19/01/2014
Código do texto: T4655687
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